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Centrais marcam ato para ocupar Brasília contra as reformas

Centrais marcam ato para ocupar Brasília contra as reformasPublicada - 05/05/2017

Reunidas na sede nacional da CUT, em São Paulo, na tarde de quarta-feira (4), as Centrais Sindicais anunciaram que irão fazer pressão contra as reformas da Previdência e trabalhista com a ação “Ocupa Brasília”, que acontecerá entre os dias 15 e 19 de maio.

Durante a reunião, que contou com a participação de todos os presidentes das centrais, foi feito um balanço positivo da Greve Geral do último dia 28 de abril. "O Brasil mostrou sua indignação contra as reformas da Previdência e Trabalhistas apresentadas pelo Governo", disse Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores".

A avaliação de Patah foi apoiada por todos os presidentes das centrais O presidente da CTB, Adilson Araújo, defendeu que seja realizada uma nova plenária nacional da classe trabalhadora e que a pressão contra o parlamento seja reforçada.

Sérgio Nobre, secretário Geral da CUT, relatou que o movimento “Ocupa Brasília”, nos dias 15 a 19 de maio, terá vasta programação copm a participação de movimentos sociais, e um dia de marcha que irá terminar no Congresso Nacional.

Uma semana antes, entre os dias 8 e 12 de maio, os sindicatos e suas bases irão pressionar os parlamentares nos aeroportos em seus estados de origem e também na região onde concentram seus votos. Dirigentes das centrais sindicais irão à Brasília para debater com parlamentares indecisos sobre seus votos nas reformas.

Em relação a pressão aos senadores Ricardo Patah, comemorou a unidade das entidades. “No Senado, o ambiente está diferente, acredito que a votação da reforma (trabalhista) será feita de outra forma. Para isso, essa união nossa é importante, foi assim que trouxemos a sociedade para o nosso lado no dia da Greve Geral”, afirmou.

As centrais divulgaram ainda uma carta em apoio e agradecimento à CNBB pelo apoio dos bispos à greve geral da semana passada. Confira abaixo:



Para
S. Eminência Reverendíssima
Dom Sérgio, Cardeal Rocha
DD. Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.



Prezado Dom Sérgio,



Reunidos em São Paulo nesta data, dirigentes sindicais das Centrais Sindicais – CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros; CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras no Brasil ; CGTB – Central Geral dos Trabalhadores do Brasil ; CUT - Central Única dos Trabalhadores ; CSP – Conlutas – Coordenação Nacional de Lutas; Força Sindical ; Intersindical Central da Classe Trabalhadora ; NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores ; UGT – União Geral dos Trabalhadores, decidimos manifestar de forma oficial nosso reconhecimento e nossa gratidão ao apoio claro e explícito que a CNBB no Brasil manifestou à luta pela justiça dos trabalhadores e do povo brasileiro no período recente, e particularmente por ocasião da Greve Geral realizada no último dia 28 de abril.

A coragem e a generosidade reconhecidas de muitos Bispos ao publicarem explicitamente seu apoio ao Movimento, e sobretudo as declarações claras e enérgicas por parte da própria Assembléia, provocaram, dom Sérgio, um encorajamento, um ânimo muito grande em nossa gente.

Queremos que o Senhor saiba deste nosso reconhecimento porque sabemos também o quanto lhes custa tomar estas posições, e as pressões que os poderosos exercem em defesa de seus privilégios e de seus projetos que legalizam a exploração e a exclusão.

Dom Sérgio, esteja certo: não estamos lutando por privilégios de grupos ou corporações. Estamos lutando para que os mais pobres e excluídos deste Brasil não sejam ainda mais massacrados por reformas legais que falam em modernização mas que se constituem na prática formas cruéis de aumentar a exploração; lutamos para que nosso País não tenha alienados seus bens mais estratégicos, para que o sistema financeiro e o mercado não sejam a única orientação política deste País.

Confessamos ao Senhor e aos membros desta Assembléia que nem nós imaginávamos que este Governo fosse chegar tão longe em suas ações de retirada de direitos daqueles que historicamente já foram vítimas da exclusão. E a cada dia uma nova surpresa: veja, dom Sérgio o escândalo desta nova proposta de legislação trabalhista para o campo, que quer impor ao trabalhador condições análogas à escravidão: 18 dias de trabalho seguidos, jornada de 12 horas, pagamento em casa ou alimentação, venda total das férias... Veja o relatório da CPI da Funai e do Incra, criminalizando aqueles que ousam defender a população indígena, vítima extrema da espoliação.

Dom Sérgio, o combate que eles fazem ao financiamento sindical é outra tentativa de fragilizar a resistência a seus projetos; enquanto isso, as entidades Patronais auferem, através do sistema S, recursos infinitamente maiores.

É contra esta sanha exploradora que nos levantamos e vemos com satisfação que nosso grito se faz ouvir cada dia mais pela população e por entidades da importância da CNBB.

Muito obrigado, dom Sérgio, por podermos compartilhar esta luta pela justiça. Transmita, por favor a Dom Leonardo e a todos os Bispos, este nosso reconhecimento. Ao mesmo tempo, devemos lhe dizer que nossa luta deverá ser dura e muito longa. Continuamos, por isso, contando, com sua generosidade, sua coragem profética e seu apoio de Pastores.

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